FIM DA VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES

FIM DA VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES
WJDW

quinta-feira, 28 de junho de 2012

ABORTO:UM NOVO CÓDIGO PENAL FEMININO SERÁ VOTADO NO SEGUNDO SEMESTRE DE 2012



O novo código penal propõe que um laudo médico ateste se a mulher tem ou não condições de seguir com a gestação.

É uma cadeia de tragédias: aos 37 anos, moradora de rua e dependente química, ela se descobriu grávida do terceiro filho. A única certeza que tinha é a de que não poderia ter o bebê. Ao chegar ao 5o mês de gestação ela conseguiu levantar os R$100 que precisou para comprar dois comprimidos de Cytotec, medicamento do trato gástrico com efeito abortivo e de uso restrito no Brasil. Colocou os dois comprimidos dentro de si mesma e partiu para o hospital, onde acabou tendo um parto normal. O bebê, uma menina, sobreviveu por 20 dias mas morreu por conta da extrema prematuridade.

A narrativa acima se passou em 2006, com Keila Rodrigues, moradora de Paulo de Faria, uma município de menos de 10 mil habitantes no interior paulista. Se tivesse acabado ali, a história já seria um drama digno de novela. Mas houve mais. Enquanto convalescia no hospita, Keila foi denunciada por uma enfermeira, que contrariou todas as normas éticas de direitos humanos preconizados pelo Ministério da Saúde. Ao responder por homicídio, ela foi sumariamente absolvida pela juíza Milena Repuo Rodrigues. Achou que acabou aí?.

Com o perdão do clichê, desgraça pouca é bobagem. O promotor Marco Antônio Lélis Moreira recorreu e conseguiu enviar Keila a um júri popular, a se realizar em breve.

A história de Keila é uma síntese do modo hipócrita como o aborto é tratado no Brasil. É proibido, acontece ilegalmente em todas as classes sociais, mas só os mais pobres costumam ser punidos e normalmente não encontram amparo nem mesmo onde deveriam receber cuidados,como um hospital público.

Mas há uma chance de que, no segundo semestre, o Estado pare de tratar as coisas como elas deveriam ser e as encare como elas realmente são. No próximo dia 26, a comissão que elaborou a proposta do novo código penal brasileiro o entregará ao presidente do Senado, José Sarney. Na proposta, um dos artigos é revolucionário: de acordo com a proposta de lei, qualquer mulher poderá interromper uma gravidez até a 12a semana de gestação, desde que tenha um laudo médico que ateste que ela não tem condições psicológicas de ter uma criança. “Não é preciso ter depressão ou qualquer outra doença ou transtorno mental ou psicológico. Basta que o médico entenda que ela não suporta levar adiante a gravidez, que ela não deseja e aquilo lhe traz sofrimento”, afirma o jurista Luiz Flávio Gomes, que participou da elaboração do novo código. “Demos uma abrasileirada na legalização do aborto, para suavizar o choque. É uma fórmula parecida com o que foi aplicada na Cidade do México”.


UM CÓDIGO PENAL FEMININO


A proposta de código penal traz outros avanços na defesa dos direitos da mulher. Os dois mais interessantes são:

- Matar uma mulher por questão de gênero ou violência doméstica, o que representa quase 100% dos casos de feminicídio, passa a ser homicídio qualificado, isto é, passível de um acréscimo de pena de dois anos que não existiria caso a vítima fosse um homem.

- O novo código prevê que exista estupro vaginal, estupro anal e estupro oral. Todos são igualmente graves. Hoje, não existe a distinção. Caso seja aprovada a mudança, o homem terá um aumento de pena caso cometa mais de um tipo de estupro, ainda que seja com a mesma vítima.

O Congresso terá que aprovar (ou não) o novo Código Penal no segundo semestre de 2012.A verdade é que não vai ser fácil fazer passar essas mudanças, sobretudo quanto ao aborto, diante de uma bancada evangélica bem articulada e de parlamentares que por questões filosófico-moral se esquivam de encarar o aborto como questão de saúde pública e concordar com a nova legislação. Às mulheres, resta se organizar e pressionar para que pessoas como a Keila encontrem outra solução para as suas vidas que não abortar clandestinamente um bebê de cinco meses.



Fonte: revista Marie Claire

GRAVIDEZ É A PRINCIPAL CAUSA DE MORTE ENTRE ADOLESCENTES


A organização Save The Children, que defende direitos da infância, afirmou nesta quarta-feira (27/06) que a gravidez é a principal causa de morte entre adolescentes em todo o mundo. Anualmente, um milhão morrem ou sofrem lesões graves devido à gestação ou parto.

Segundo relatório da ONG, o problema atinge, principalmente, meninas pobres, menos escolarizadas e residentes em áreas rurais. A gravidez na adolescência é mais comum em países em desenvolvimento e sem programas de planejamento familiar. Cerca de 222 milhões de mulheres no mundo que não querem engravidar não têm acesso a métodos contraceptivos.

Muitas das que têm entre 15 e 18 anos engravidam logo após o casamento. Globalmente, uma em cada cinco meninas terão tido um filho com 18 anos, de acordo com estimativas.

Para a Save The Children, milhares de vidas seriam salvas se as jovens pudessem escolher o momento de ter filhos e respeitassem a recomendação de não engravidar em menos de 24 meses após um parto. O período maior entre uma gestação e outra reduz os riscos de complicações maternas e neonatais e poderia salvar 1,8 milhão de vidas a cada ano, diz a entidade.

Reportagem da BBC mostra que em uma clínica de uma região pobre no norte da Libéria um terço de todos os bebês que nascem tem mães entre 15 e 19 anos de idade. Algumas sequer passaram dos 13. Um dos diretores do projeto Save the Children na região, George Kijana, disse à rede britânica que essas mães estão expostas a complicações médicas. “O corpo destas jovens não está preparado, pode desenvolver fístulas em um parto prolongado”, diz.

Durante anos, os programas de planejamento familiar lutaram para encontrar financiamento e apoio, por vezes sofrendo resistência de grupos religiosos. Líderes internacionais se encontram em Londres em julho para uma conferência sobre planejamento familiar.

Fonte: Revista Época

terça-feira, 19 de junho de 2012

Mulheres na Rio+20 denunciam violação dos compromissos assumidos na Eco 92



Do Território Global das Mulheres na Cúpula dos Povos para a Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável (Rio+20)

Nós, de organizações feministas e de mulheres de diferentes países, reunidas no Território Global das Mulheres da Cúpula dos Povos, nos manifestamos frente aos governos que participam da Rio+20 para denunciar a sistemática violação dos compromissos mínimos assumidos na Eco 92 e as falsas soluções para alcançar o desenvolvimento sustentável baseadas na financeirização da natureza e no aprofundamento de um modelo de produção e consumo que é desigual e insustentável. A necessidade de lidar com os limites que a natureza impõe torna ainda mais dramáticas e urgentes as decisões governamentais para enfrentar as causas estruturais da crise sistêmica.

O sistema capitalista, em crise, prossegue explorando os bens comuns, privatizando os recursos naturais e mercantilizando o acesso aos direitos. Uma crise que tem suas raízes na perversa combinação entre capitalismo, patriarcado e racismo - sistemas que estruturam as desigualdades e injustiças pela militarização, pela divisão sexual do trabalho, pelo racismo ambiental, pela violação dos corpos das mulheres, entre outras formas de dominação e exploração no planeta e em nossas sociedades.

Esta crise e civilizatória. Abarca elementos econômicos e financeiros, mas também políticos, ambientais, culturais e sociais. Resulta na destruição da biodiversidade e dos recursos naturais, ao mesmo tempo que permite a consolidação de novas formas do patriarcado, incentiva e sustenta a criminalização da ação dos movimentos sociais.

Rechaçamos a imposição de um modelo econômico e de desenvolvimento que gera ao mesmo tempo que acirra as desigualdades, que destrói a natureza e a mercantiliza inventando, cinicamente, uma “economia verde” que aumenta as taxas de crescimento e de lucro para os mercados. Um modelo que prefere salvar os bancos e os banqueiros embora a precariedade e o desemprego deixem nas ruas milhões de pessoas. Um modelo baseado no lucro e na competição no qual, mais importante do que a cidadania das pessoas, e sua qualidade enquanto consumidoras. Um sistema que para sair da crise que ele próprio gerou, se apoia em forças retrógradas e fundamentalistas.

Os movimentos de mulheres e o movimento feminista participaram ativamente desde a Eco 92, lutando todos os dias para efetivar os direitos humanos, em particular os direitos das mulheres, e questionando as bases do sistema capitalista. Nossos movimentos não se calaram durante todos esses anos, quando muitos governos e organismos internacionais não fizeram a sua parte e tampouco prestaram contas sobre os compromissos assumidos na Rio 92.

Hoje, na Rio+20, viemos denunciar a evidente tentativa de retroceder em relação à garantia de direitos e à justiça socioambiental. Conclamamos representantes dos países na Rio+20, em especial o governo brasileiro, que coordena neste momento as negociações, a manter o compromisso com os direitos humanos já conquistados, inclusive os direitos sexuais e reprodutivos, assumindo a obrigatoriedade da sua efetivação com políticas públicas universais.

Repudiamos a ação ilegítima do G20 que, ora reunido no México, pretende impor um pacote de medidas predefinidas. São medidas que sequestram a democracia de um sistema internacional multilateral, instaurando uma agenda de aprofundamento da financeirização do sistema econômico e mercantilização dos direitos. São medidas que configuram uma captura corporativa das Nações Unidas por parte dos empreendimentos multinacionais que pretendem substituir por serviços, os direitos que devem ser garantidos pelos Estados.

Reivindicamos que os governos e organismos internacionais presentes à Rio+20 não retrocedam em relação aos compromissos assumidos pelos Estados, em termos de direitos humanos. Instamos os Estados-membros presentes nessa Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável a tomar medidas efetivas e alocar os recursos necessários para fazer cumprir o que foi pactuado na Eco 92, Viena 93, Cairo 94, Beijing 95, Durban 2001.

Demandamos a efetivação dos direitos humanos, individuais e coletivos, direitos sociais, culturais, ambientais, direitos reprodutivos, direitos sexuais de mulheres e meninas, direitos econômicos, direito à educação, direito à segurança e soberania alimentar, direito à cidade, à terra, à água, direito à participação política equitativa e igualitária.

Rechaçamos a falsa solução apresentada pela chamada “economia verde”, um instrumento que acirra ao invés de fazer retroceder o impacto destruidor da mercantilização e da financeirização da vida promovidas pelo capitalismo.

Finalmente, afirmamos que não validamos os compromissos governamentais concebidos sob a forma de programas mínimos, contraditórios com a responsabilidade pública assumida pelos governos e organismos internacionais com relação à garantia dos direitos humanos das mulheres. Não aceitamos paliativos, que deixam intocadas as causas estruturais dos problemas sociais, econômicos e ambientais, reproduzindo e agravando as múltiplas formas de desigualdades vividas pelas mulheres, assim como as injustiças socioambientais. Não nos bastam os objetivos reduzidos, como os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio-ODMs, e tampouco nos bastam os objetivos que ora se propõem com as Metas de Desenvolvimento Sustentável. Uma proposta que se impõe no vácuo da menção aos direitos humanos, abrindo caminho para a privatização de sua efetivação. Demandamos a efetivação dos direitos de todos os povos do mundo a seus territórios e seus modos de vida. Defendemos o direito de nós mulheres à igualdade, autonomia e liberdade em todos os territórios onde vivemos e naqueles onde existimos, ou seja, nossos corpos, nosso primeiro território!



Rio de Janeiro, 19 de junho de 2012.

Acesse em PDF: O Território Global das Mulheres na Cúpula dos Povos para a Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável (Rio+20)

Leia versão em espanhol: Del Territorio Global de las Mujeres en la Cupula de los Pueblos para la Conferencia de Naciones Unidas sobre el Desarrollo Sustentable (Rio+20)

ESPANHOL:

DEL TERRITORIO GLOBAL DE LAS MUJERES EN LA CUPULA DE LOS PUEBLOS PARA LA CONFERENCIA DE NACIONES UNIDAS SOBRE EL DESARROLLO SUSTENTABLE (RIO+20)

Las organizaciones feministas y de mujeres de diferentes países, reunidas en el Territorio Global de las Mujeres, de la Cúpula de los Pueblos, nos manifestamos frente a los gobiernos que participan de la Conferencia de Rio+20 para denunciar la sistemática violación de los mínimos compromisos asumidos en la Eco 92 y las falsas soluciones para alcanzar el desarrollo sustentable basadas en la financierización de la naturaleza, y la profundización de un modelo de producción y consumo que es inequitativo e insustentable.

La urgencia de los limites naturales hace aun mas dramática las decisiones que los gobiernos asumen para enfrentar las causas estructurales de la crisis sistémica. La crisis global del sistema capitalista sigue explotando los bienes comunes, privatizando los recursos naturales y mercantilizando el acceso a los derechos. Una crisis que tiene sus raíces en la perversa combinación entre el capitalismo, el patriarcado y el racismo – sistemas que estructuran las desigualdades e injusticias, por la militarización, por la división sexual del trabajo, por el racismo ambiental, por la violación de los cuerpos de las mujeres, entre otras formas de dominación y explotación de las mujeres en nuestro mundo y en nuestras sociedades. Esta crisis es civilizatoria. Abarca elementos económicos y financieros, pero también políticos, ambientales, culturales y sociales. Conlleva destrucción de la biodiversidad y de los recursos naturales, al tiempo que permite la consolidación de nuevas formas del patriarcado que incentivan y sostienen la criminalización de la acción de los movimientos sociales.


Rechazamos la imposición de un modelo económico y de desarrollo que genera y aumenta las desigualdades. Que destruye la naturaleza y la mercantiliza inventando, cínicamente, una “economía verde” que aumente las tasas de crecimiento y la ganancia de los mercados. Un modelo que prefiere salvar a la banca y los banqueros aunque la precariedad, el desempleo y el paro dejen en la calle a millones de personas. Un modelo basado en el lucro y la competencia, donde más importante que la ciudadanía de las personas es su cualidad de consumidores. Un sistema que para salir de la crisis que él mismo generó, se apoya en fuerzas retrógradas y fundamentalistas.

El movimiento de mujeres y feminista ha participado activamente de Rio 92, ha luchado y sigue luchando todos los días para efectivar los derechos humanos y, en particular, los derechos humanos de las mujeres y
cuestionar las bases del sistema capitalista. Nuestros movimientos no se han callado durante todos esos años, cuando muchos gobiernos y organismos internacionales no cumplieron y no rindieron cuentas sobre los compromisos asumidos en la Rio 92.

Hoy, en la Rio+20, vinimos denunciar la evidente tentativa de volver hacia atrás en relación a la garantía de los derechos y de la justicia socioambiental. Llamamos a l@s representantes de los países en la Rio+20
y, en particular, al gobierno brasileño, lo cual está coordinando las negociaciones, a mantener el compromiso con los derechos humanos ya conquistados, incluso los derechos sexuales y reproductivos, asumiendo la obligatoriedad de su efectivación con las políticas públicas universales.

Repudiamos la acción ilegítima del G20, que, reunido ahora en México, pretende traer un paquete de medidas ya definidas, secuestrando a la democracia de un sistema internacional multilateral, instaurando una
agenda de profundización de la financierización del sistema económico y mercantilización de los derechos, así como la captura de las corporaciones de las Naciones Unidas por parte de las multinacionales que pretenden sustituir los derechos que deben ser garantizados por los estados por servicios.

Demandamos de los gobiernos y organismos internacionales presentes en la Rio + 20 no retroceder en los compromisos asumidos por los Estados, en términos de derechos humanos. Instamos los Estados-miembros presentes en esa Conferencia de las Naciones Unidas sobre Desarrollo Sustentable a tomar medidas efectivas y asignar lo recursos necesarios para hacer cumplir lo pactado en Eco-92, Viena-93, Cairo 94, Beijing 95, Durban 2001.

Demandamos la efectivación de los derechos humanos, individuales y colectivos, derechos sociales, culturales, ambientales, derechos reproductivos, derechos sexuales de mujeres y niñas, derechos
económicos, derecho a la educación, derecho a la seguridad y a la soberanía alimentar, derecho a la ciudad, a la tierra, al agua, derecho a la participación política equitativa e igualitaria. Rechazamos la falsa solución representada por la llamada “economía verde”, un instrumento que hace avanzar, y no retroceder, el impacto depredador de la mercantilización y de la financierización de la vida promovidas por el capitalismo. Finalmente, afirmamos que no reconocemos la validez de compromisos gubernamentales expresados en la forma de programas mínimos, incapaces de cumplir con la responsabilidad pública que los gobiernos y organismos internacionales deberían asumir para garantizar los derechos humanos de las mujeres. No aceptamos paliativos, que dejen intocadas las causas estructurales de los problemas sociales, económicos y ambientales, reproduciendo y agravando las múltiples formas de desigualdades vividas por las mujeres, así como las injusticias socioambientales.

No nos bastan ni objetivos reducidos, como los ODM, ni tampoco los que se plantean ahora – las Metas del Desarrollo Sustentable, que se proponen fuera del marco de los derechos humanos, abriendo camino a la privatización y la participación de las empresas multinacionales en su efectivación. Demandamos la efectivación de los derechos de todos los pueblos del mundo a sus territorios y sus modos de vida. Defendemos el derecho de nosotras mujeres a la igualdad, autonomía y libertad, en todos los territorios donde vivimos y en especial el de nuestros cuerpos, que es nuestro primer territorio. Rio de Janeiro, 19 de junio de 2012.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

MULHERES NA RIO+20 - MAJOR GROUP DE MULHERES

Mulheres em luta contra a mercantilização da vida e da natureza
No processo oficial da Rio+20, há um Major Group de mulheres. Elas apresentaram suas contribuições para o rascunho zero em novembro de 2011. Nesse documento há considerações de medidas concretas com as quais em parte estamos de acordo – como, por exemplo, a proposição de medidas concretas para a rápida redução e eliminação dos subsídios a energias não sustentáveis (por exemplo, a nuclear); a afirmação do princípio de precaução; a necessidade de proteção aos sistemas de conhecimento tradicionais das mulheres indígenas frente a sua exploração pelas corporações. O grupo é critico do termo “economia verde”, propõe substituí-lo por “economia equitativa e sustentável” e descreve seus princípios. Além disso, as mulheres chamam a atenção sobre os limites do Produto Interno Bruto (PIB) como medida de bem-estar e propõem indicadores para avaliar os impactos de gênero.

Contudo, todas essas contribuições não aparecem no rascunho zero da ONU, que só faz uma referência genérica à desigualdade de gênero, mencionando que o desenvolvimento sustentável depende da contribuição das mulheres, que é necessário remover barreiras que impedem as mesmas de serem participantes integrais na economia e priorizar medidas que promovam a igualdade de gênero. O rascunho zero também incorpora a necessidade de desenvolver indicadores que contemplem de uma só vez o econômico, o ambiental, e o social.

Consideramos que uma análise restrita aos impactos diferentes de gênero pode se limitar a uma descrição dos impactos positivos e negativos de uma maneira fragmentada. Por exemplo, no ápice da globalização neoliberal, o aumento do trabalho remunerado das mulheres nas máquinas e a agricultura de exportação eram vistos como efeitos positivos: as mulheres tinham um rendimento próprio e por isso era mais provável que tivesse maior autonomia. Porém, havia também impactos negativos, sobretudo nas condições precárias de trabalho. Nessa lógica, se propõem medidas que equilibram os aspectos positivos e negativos. Mas nós priorizamos um olhar que analisa como o capitalismo faz uso de estruturas patriarcais no seu atual processo de acumulação e, por isso, construímos uma luta e resistência feminista e anticapitalista.

Seguiremos em marcha até que todas sejamos livres!Ver mais

domingo, 17 de junho de 2012

ATRIZ IRANIANA, MARZIE VAFAMEHRHA, É CONDENADA A PRISÃO E 90 CHIBATADAS PELA PARTICIPAÇÃO EM FILME SOBRE MULHERES


A atriz iraniana Marzie Vafamehrha foi condenada a um ano de prisão e 90 chicotadas. Motivo: estrelar um filme sobre as dificuldades da mulher no país. Já Peyman Aref, ativista e estudante de política na Universidade de Teerã, foi chicoteado 74 vezes por rever carta “insultando” o presidente Mahmoud Ahmadinejad.


Marzie – mulher do cineasta iraniano Naser Taghvai – foi detida no final de junho. Ela atuou no filme Teherane Man Haray, que narra os problemas de uma jovem artista para viajar à Austrália.

Taghvai declarou que outras pessoas envolvidas no filme também foram presas, mas somente sua mulher foi condenada. Segundo o cineasta, o filme contava com a permissão do Ministério de Cultura e Orientação Islâmica.

“Marzie está em uma prisão de Garchak, em uma província de Teerã. O local é um antigo galinheiro que não apresenta as mínimas condições higiênicas”, disse.

Produzido há quatro anos por Garanaz Musavi, uma cidadã iraniana que reside na Austrália, a obra foi resultado de uma tese universitária e contou com a participação de muitos estudantes.

Apresentado em vários festivais, o filme foi “pirateado” ao Irã. “Antes, o filme era vendido por menos de US$ 1. Agora, devido ao processo, está custando US$ 6”, completou Taghvai. O advogado da atriz vai recorrer da sentença.

A pressão sobre os artistas, especialmente mulheres cineastas e atrizes, aumentou muito nos últimos meses no Irã e várias delas foram detidas, processadas e condenadas com diversas penas.

Estudante


Aref foi libertado domingo, após um ano na famosa prisão de Evin. Segundo a Justiça iraniana, ele “insultou” Ahmadinejad. Segundo o jornal britânico Guardian Aref foi condenado, em 2010, sob a acusação de ser “porta-voz” da oposição para a mídia estrangeira.

Antes de ser libertado, ele levou 74 chicotadas por ter supostamente escrito uma carta a Ahmadinejad, em 2009. Nela, criticava a repressão a manifestações estudantis. Ele ainda foi proibido de se filiar a partidos e ser jornalista.

As chibatadas foram datas por um guarda mascarado, na presença da mulher do ativista e de autoridades da Justiça iraniana.

De acordo com um jornalista que trabalha em Teerã, mas não quis ser identificado, a punição teve como objetivo o humilhar.

Mesmo assim, depois de ser libertado com as costas ensanguentadas, Aref não se calou: “ Sempre que Ahmadinejad vai a Nova York, à Assembleia Geral da ONU, ele afirma que o Irã é país mais livre do mundo, mas eu fui brutalmente açoitado em meu próprio país. O meu crime foi escrever uma carta aberta ao presidente e o lembrar sobre o que ele fez com nossos estudantes”, criticou o ativista, em entrevista ao site Rahesabz, segundo o Guardian.

Autoridades do Irã se irritaram mais ainda com a carta de Aref pois o estudante se negou, em protesto, a usar a palavra Salam como pronome de tratamento ao presidente.

Fonte: O Estadão

sábado, 16 de junho de 2012

ATIVISTAS DO GRUPO FEMEN RELATAM SEQUESTRO E ACUSAM GOVERNO UCRANIANO

Polônia - O grupo feminino Femen, que vem protestando antes e durante a Euro contra o turismo sexual gerado por eventos de grande porte, relatou que três de suas ativistas foram sequestradas nesta sexta-feira no duelo entre França e Ucrânia. O grupo ainda relatou ao jornal britânico The Guardian, que o governo ucraniano é o responsável pelo crime.Alexandra Shevchenko (líder do movimento), Anna Bolshakova e Yana Zhdanova chegaram em Donetsk na sexta e reclamaram que um grupo de 15 homens as seguiam. Após esse relato, o grupo perdeu contato com as três ativistas.

Em um comunicado em seu site, o Femen disse que os homens tinham a aparência de membros de "forças de segurança da Ucrânia ou a sua agência de espionagem". Ele descreveu a região Donbass como uma "área de bandido autônomo" na Ucrânia e disse que a organização feminista foi "extremamente preocupada com a vida e a saúde" de seus ativistas.

"Três dos nossos membros desapareceram. Nós não sabemos onde elas estão.", afirmou Anna Gutsol, ao The Guardian. Gutsol ainda disse que suspeitava que os homens estavam ligados a um poderoso oligarca local.

Já a Polícia em Donetsk negou qualquer relação com o desaparecimento das mulheres. As garotas do Femem vem realizando uma série de protestos contra o torneio e até ganharam uma adepta no Brasil, Sara Winter. Sara Winter é a primeira brasileira a fazer parte do movimento Femen.

MULHERES NA RIO + 20

quarta-feira, 13 de junho de 2012

MARCHA DO PARTO EM CASA




Nos dias 16 e 17 de junho, mulheres ocuparão as ruas de várias cidades brasileiras em defesa dos seus direitos sexuais e reprodutivos, entre eles a escolha pelo local de parto.

No último domingo, dia 10 de junho, o Fantástico veiculou matéria sobre o parto domiciliar, o que causou bastante repercussão. O médico-obstetra e professor da UNIFESP, Jorge Kuhn, foi entrevistado e defendeu o domicílio como um local seguro para o nascimento de bebês de mulheres saudáveis com gravidezes de baixo risco, segundo preconiza a própria Organização Mundial de Saúde.

No dia 11/06, dia seguinte à matéria, o CREMERJ publicou nota divulgando que fará denúncia ao CREMESP para punir o médico-obstetra Jorge Kuhn por ter se posicionado favorável ao parto domiciliar nas condições acima detalhadas.

O estudo mais recente publicado no British Journal of Obstetrics and ynecology (2009) analisou a morbimortalidade perinatal em uma impressionante coorte de 529.688 partos domiciliares ou hospitalares planejados em gestantes de baixo-risco: Perinatal mortality and morbidity in a nationwide cohort of 529,688 low-risk planned home and hospital births.


[http://www3.interscience.wiley.com/journal/122323202/abstract?CRETRY=1&SRETRY=0

]. Nesse estudo, mais de 300.000 mulheres planejaram dar à luz em casa enquanto pouco mais de 160.000 tinham a intenção de dar à

luz em hospital. Não houve diferenças significativas entre partos domiciliares e hospitalares planejados em relação ao risco de morte intraparto (0,69% VS. 1,37%), morte neonatal precoce (0,78% vs. 1,27% e admissão em unidade de cuidados intensivos (0,86% VS. 1,16%). O estudo concluiu que um parto domiciliar planejado não aumenta os riscos de mortalidade perinatal e morbidade perinatal grave entre mulheres de baixo-risco, desde que o sistema de saúde facilite esta opção através da disponibilidade de parteiras treinadas e um bom sistema de referência e transporte.


Em repúdio à decisão arbitrária dos Conselhos de Medicina em punir profissionais que compreendem como sendo da mulher a decisão sobre o local do parto foi idealizada a MARCHA DO PARTO EM CASA. Entre as reivindicações, além da defesa pelo direito à liberdade de escolha, pela humanização do parto e nascimento e pela melhoria das condições da assistência obstétrica e neonatal no país, também está a denúncia às altas taxas de cesarianas que posicionam o Brasil entre os primeiros colocados do ranking mundial.



MARCHA DO PARTO EM CASA



Rio de Janeiro - RJ

Local: Praia de Botafogo, altura do IBOL - Passeata até o CREMERJ (Rua Farani)

Data: 17 de Junho, domingo

Horário: 10h da manhã

Contatos: Ingrid Lotfi (21) 9418-7500



São Paulo - SP

Local: Parque Mário Covas (atrás do Trianon) - Passeata até o CREMESP

Data: 17 de Junho, domingo

Horário: 14h da tarde

Contatos: Ana Cristina Duarte (11) 9806-7090 begin_of_the_skype_highlighting GRÁTIS (11) 9806-7090 end_of_the_skype_highlighting



São José dos Campos - SP

Local: Praça Affonso Pena perto dos brinquedos

Data: 16 de junho, sábado

Horário: 10h da manhã

Contato: Flavia Penido (12) 91249820 begin_of_the_skype_highlighting GRÁTIS (12) 91249820 end_of_the_skype_highlighting



Campinas - SP

Local: Praça do Côco /Barão geraldo

Data 17 de junho, domingo

Horário: 14h da tarde

Contato: Ana Paula (19) 97300155 begin_of_the_skype_highlighting GRÁTIS (19) 97300155 end_of_the_skype_highlighting



Sorocaba - SP

Local: Parque Campolim

Data 17 de junho, domingo

HOrário: 10h da manhã

Contato: Gisele Leal (15) 8115-9765 begin_of_the_skype_highlighting GRÁTIS (15) 8115-9765 end_of_the_skype_highlighting



Ilhabela - SP

Local: Praça da Mangueira

Data: 17 de junho, domingo

Horário: 11h da manhã

Contato: Isabella Rusconi (12) 96317701 begin_of_the_skype_highlighting GRÁTIS (12) 96317701 end_of_the_skype_highlighting / Alejandra Soto Payva (12) 91498405 begin_of_the_skype_highlighting GRÁTIS (12) 91498405 end_of_the_skype_highlighting



Brasília - DF

Local: próximo ao quiosque do atleta, no Parque da Cidade - Passeata até o eixão

Data: 17 de Junho, domingo

Horário: 09h30h da manhã

Contatos: Clarissa Kahn (61) 8139-0099 begin_of_the_skype_highlighting GRÁTIS (61) 8139-0099 end_of_the_skype_highlighting e Deborah Trevisan (61) 8217-6090 begin_of_the_skype_highlighting GRÁTIS (61) 8217-6090 end_of_the_skype_highlighting



Belo Horizonte - MG

Local: Concentração na Igrejinha da Lagoa da Pampulha

Data: 16 de junho, sábado

Horário: 12h30 da tarde

Contato: Polly (31) 9312-7399 begin_of_the_skype_highlighting GRÁTIS (31) 9312-7399 end_of_the_skype_highlighting e Kalu (31) 8749-2500 begin_of_the_skype_highlighting GRÁTIS (31) 8749-2500 end_of_the_skype_highlighting



Recife - PE

Local: Conselheiro Portela, 203 - Espinheiro - Em frente ao CREMEPE

Data: 17 de junho, domingo

Horário: 15h da tarde

Contatos: Paty Brandão (81) 8838 5354 begin_of_the_skype_highlighting GRÁTIS (81) 8838 5354 end_of_the_skype_highlighting \ 9664 7831, Patricia Sampaio Carvalho



Fortaleza - CE

Local: Aterro da Praia de Iracema

Data: 17 de junho, domingo

Horário: 17h da tarde

Contato: Semírades Ávila



Salvador - BA

Local: Cristo da Barra até o Farol

Data: 17 de junho, domingo

Horário: 11hrs da manhã

Contato: Daniela Leal (71) 9205-9458 begin_of_the_skype_highlighting GRÁTIS (71) 9205-9458 end_of_the_skype_highlighting, Anne Sobotta (71) 8231-4135 begin_of_the_skype_highlighting GRÁTIS (71) 8231-4135 end_of_the_skype_highlighting e Chenia d'Anunciação (71) 8814-3903 begin_of_the_skype_highlighting GRÁTIS (71) 8814-3903 end_of_the_skype_highlighting / 9977-4066



Curitiba - PR

LOcal: Rua Luiz Xavier - Centro - Boca Maldita

Data: 16 de junho, sábado

Horário: 12hrs

Contatos: Inês Baylão (41) 9102-7587 begin_of_the_skype_highlighting GRÁTIS (41) 9102-7587 end_of_the_skype_highlighting



Florianópolis - SC

Local: Lagoa da Conceição - concentração na praça da Lagoa, onde acontece a feira de artesanatos

Data: 17 de Junho, domingo

Horário: 15h

Contatos: Ligia Moreiras Sena (48) 9162-4514 begin_of_the_skype_highlighting GRÁTIS (48) 9162-4514 end_of_the_skype_highlighting e Raphaela Rezende (raphaela.rnogueira@gmail.com)



Porto Alegre - RS

Local: Parque Farroupilha (Redenção), Concentração no Monumento ao Expedicionário

Data: 17 de junho, domingo

Horário: 15:00hrs

Contatos: Maria José Goulart (51) 9123-6136 begin_of_the_skype_highlighting GRÁTIS (51) 9123-6136 end_of_the_skype_highlighting / (51)3013-1344 begin_of_the_skype_highlighting GRÁTIS (51)3013-1344 end_of_the_skype_highlighting



Aqui a matéria sobre a retaliação do CREMERJ: http://www.jb.com.br/rio/noticias/2012/06/11/cremerj-abrira-denuncia-contra-medico-que-defende-parto-domiciliar/



Aqui está a matéria veiculada no Fantástico:

http://globotv.globo.com/rede-globo/fantastico/t/edicoes/v/parto-humanizado-domiciliar-causa-polemica-entre-profissionais-da-area-de-saude/1986583/

domingo, 10 de junho de 2012

Defesa da Mulher na Ação Global - Rocinha/RJ



DEFESA DA MULHER NA ROCINHA - 3 DE JUNHO DE 2012








Defesa da Mulher na Ação Global

DEFESA DA MULHER PARTICIPOU DA AÇÃO GLOBAL EM SANTA CRUZ - 20 DE MAIO DE 2012











quarta-feira, 6 de junho de 2012

18 de junho é dia de manifestação das mulheres na Cúpula dos Povos!

As mulheres presentes na Cúpula dos Povos convocam uma manifestação feminista para o dia 18 de junho, às 10h, no Museu de Arte Moderna (MAM). Queremos mostrar o posicionamento feminista de crítica global às falsas soluções propostas para a crise atual, representada pela ‘economia verde’.

A visão comum das mulheres é que deve ser construído outro modelo de produção-reprodução e consumo, baseado em outro paradigma de sustentabilidade da vida. Por isso, como sujeitos ativos no processo da Cúpula dos Povos, as mulheres se posicionam contra a mercantilização da natureza, em defesa dos bens comuns. Defendem, também, a liberdade, a autonomia e soberania das mulheres sobre seus corpos e suas vidas e demandam voz ativa em todos os processos de decisão sobre as políticas em geral

A mobilização foi convocada durante uma reunião nacional na qual estiveram presentes representantes da Marcha Mundial das Mulheres (MMM), Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB), Articulação de Mulheres Negras Brasileiras (AMNB), Via Campesina, Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Fórum Brasileiro de Esconomia Solidária (FBES), Movimento da Trabalhadora Rural do Nordeste (MMTR-NE), Movimento das Mulheres Camponesas (MMC), Rede de Mulheres da Amarc Brasil, Comitê Latino-Americano e do Caribe para as Defesas do Direito da Mulher (Cladem Brasil), Blogueiras Feministas, Fórum Nacional de Mulheres Negras, Católicas pelo Direito de Decidir e União Brasileira de Mulheres (UBM).