FIM DA VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES

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domingo, 17 de junho de 2012

ATRIZ IRANIANA, MARZIE VAFAMEHRHA, É CONDENADA A PRISÃO E 90 CHIBATADAS PELA PARTICIPAÇÃO EM FILME SOBRE MULHERES


A atriz iraniana Marzie Vafamehrha foi condenada a um ano de prisão e 90 chicotadas. Motivo: estrelar um filme sobre as dificuldades da mulher no país. Já Peyman Aref, ativista e estudante de política na Universidade de Teerã, foi chicoteado 74 vezes por rever carta “insultando” o presidente Mahmoud Ahmadinejad.


Marzie – mulher do cineasta iraniano Naser Taghvai – foi detida no final de junho. Ela atuou no filme Teherane Man Haray, que narra os problemas de uma jovem artista para viajar à Austrália.

Taghvai declarou que outras pessoas envolvidas no filme também foram presas, mas somente sua mulher foi condenada. Segundo o cineasta, o filme contava com a permissão do Ministério de Cultura e Orientação Islâmica.

“Marzie está em uma prisão de Garchak, em uma província de Teerã. O local é um antigo galinheiro que não apresenta as mínimas condições higiênicas”, disse.

Produzido há quatro anos por Garanaz Musavi, uma cidadã iraniana que reside na Austrália, a obra foi resultado de uma tese universitária e contou com a participação de muitos estudantes.

Apresentado em vários festivais, o filme foi “pirateado” ao Irã. “Antes, o filme era vendido por menos de US$ 1. Agora, devido ao processo, está custando US$ 6”, completou Taghvai. O advogado da atriz vai recorrer da sentença.

A pressão sobre os artistas, especialmente mulheres cineastas e atrizes, aumentou muito nos últimos meses no Irã e várias delas foram detidas, processadas e condenadas com diversas penas.

Estudante


Aref foi libertado domingo, após um ano na famosa prisão de Evin. Segundo a Justiça iraniana, ele “insultou” Ahmadinejad. Segundo o jornal britânico Guardian Aref foi condenado, em 2010, sob a acusação de ser “porta-voz” da oposição para a mídia estrangeira.

Antes de ser libertado, ele levou 74 chicotadas por ter supostamente escrito uma carta a Ahmadinejad, em 2009. Nela, criticava a repressão a manifestações estudantis. Ele ainda foi proibido de se filiar a partidos e ser jornalista.

As chibatadas foram datas por um guarda mascarado, na presença da mulher do ativista e de autoridades da Justiça iraniana.

De acordo com um jornalista que trabalha em Teerã, mas não quis ser identificado, a punição teve como objetivo o humilhar.

Mesmo assim, depois de ser libertado com as costas ensanguentadas, Aref não se calou: “ Sempre que Ahmadinejad vai a Nova York, à Assembleia Geral da ONU, ele afirma que o Irã é país mais livre do mundo, mas eu fui brutalmente açoitado em meu próprio país. O meu crime foi escrever uma carta aberta ao presidente e o lembrar sobre o que ele fez com nossos estudantes”, criticou o ativista, em entrevista ao site Rahesabz, segundo o Guardian.

Autoridades do Irã se irritaram mais ainda com a carta de Aref pois o estudante se negou, em protesto, a usar a palavra Salam como pronome de tratamento ao presidente.

Fonte: O Estadão

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