FIM DA VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES

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segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

SIMONE BEAUVOIR- FARIA HOJE 104 ANOS-"NÃO SE NASCE MULHER,TORNA-SE MULHER


Hoje é o aniversário de Simone de Beauvoir. Se estivesse viva, ela faria 104 anos. É dela uma das principais frases do movimento feminista: “Não se nasce mulher, torna-se mulher.” A mulher não tem um destino biológico, ela é formada dentro de uma cultura que define qual o seu papel no seio da sociedade.

Simone Lucie-Ernestine-Marie-Bertrand de Beauvoir nasceu em Paris, em 1908. Forma-se em filosofia, em 1929, com uma tese sobre Leibniz. É nessa época que conhece o filósofo Jean-Paul Sartre, que será seu companheiro de toda a vida.

Em 1945, ela funda, com Sartre, o combativo periódico Les Temps Modernes.

Escritora e feminista, Simone de Beauvoir fez parte de um grupo de filósofos-escritores associados ao existencialismo - movimento que teria enorme influência na cultura européia de meados do século passado, com repercussões no mundo inteiro.

Em 1949 publica O Segundo Sexo, pioneiro manifesto do feminismo, no qual propõe novas bases para o relacionamento entre mulheres e homens. Os Mandarins é de 1954; nesse mesmo ano, Beauvoir ganha o prêmio Goncourt.

Simone de Beauvoir morreu em Paris, em 14 de abril de 1986.

Publicou vários livros sendo Segundo Sexo o mais famoso deles. Nesta obra, Simone de Beauvoir fazia uma “chamada às armas” contra a discriminação a que as mulheres continuam a ser sujeitas. Aí escreveu “Ninguém nasce mulher mas sim torna-se mulher.”

“O Segundo Sexo” é uma obra seminal que estabeleceu de imediato uma plataforma de discussão acesa sobre a condição feminina e o(s) feminismo(s). Apesar das várias polêmicas que sempre suscitou, tem servido de referência para a maior parte dos ensaios, debates e discussões posteriores.

Camille Paglia afirmou que ao lê-la, aos dezesseis anos, mudou toda a sua vida: “Teve um grande impacto sobre mim; a minha independência intelectual data dessa momento".

O “Segundo Sexo” continua a ser a obra suprema do feminismo moderno”. Katte Millett baseou “Sexual Politics” na obra de Simone e a australiana Germaine Greer foi nela que se inspirou, principalmente no tratamento do tema do envelhecimento feminino e suas consequências. É possível encontrar notas sobre de Beauvoir em quase todos os estudos femininos.

Quando surgiu, em 1949, “O Segundo Sexo” causou tanta admiração quanto estranheza. Era uma obra vasta, dividida em dois volumes, bem documentada e alicerçada na lógica e no conhecimento e muito pouco “feminina”. Tendo como missão pôr a nu a condição feminina, explorava áreas ligadas à situação da mulher no mundo, englobando história, filosofia, economia, biologia, etc., bem como alguns “case studies” e algumas experiências particulares.

Simone queria demonstrar que a própria noção de feminilidade era uma ficção inventada pelos homens na qual as mulheres consentiam, fosse por estarem pouco treinadas nos rigores do pensamento lógico ou porque calculavam ganhar algo com a sua passividade, perante as fantasias masculinas. No entanto, ao fazê-lo cairiam na armadilha de se auto limitarem. Os homens chamaram a si os terrores e triunfos da transcendência, oferecendo às mulheres segurança e tentando-as com as teorias da aceitação e da dependência, mentindo-lhes ao dizer que tais são características inatas do seu caráter.

Ao fugir a este determinismo, Simone abriu as portas a todas as mulheres no sentido de formarem o seu próprio ser e escolherem o seu próprio destino, libertando-se de todas as ideias pré-concebidas e dos mitos pré-estabelecidos que lhe dão pouca ou nenhuma hipótese de escolha. Assim, a mulher, qualquer mulher, deve criar a sua própria via, mesmo que seja a de cumprir um papel tradicional, se for esse o escolhido por ela e só por ela.

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